Trabalhadores da ANA contestam cortes de 6,7% dos salários

Funcionários dos aeroportos dizem estar a ser alvo de cortes salariais acima do exigido.

A Comissão de trabalhadores (CT) da ANA - Aeroportos de Portugal está a convocar plenários de trabalhadores para contestar a aplicação dos cortes salariais impostos pelo Orçamento do Estado (OE) 2012, alegando que no caso da empresa as reduções são 34% acima do exigido pelo Governo. Querem ainda ser alvo do regime de excepção que está a ser aplicado na TAP e na Caixa Geral de Depósitos (CGD). Há uma semana, questionada pelo Diário Económico sobre um eventual pedido de excepção, fonte da empresa disse apenas que o "conselho de administração está em contacto com a tutela sobre o assunto".

Quanto aos cortes de 5% da massa salarial, que já foram aplicados em 2011, e acordo com o comunicado a que o Diário Económico teve acesso, a CT diz que existe uma "discrepância de valores que resulta, da obrigatoriedade de desconto da massa salarial para se atingir os 5%, versus os 6,7% efectivamente retirados" aos trabalhadores da ANA. Os trabalhadores dizem ainda que os cortes representam "em termos objectivos, um encaixe directo nos lucros da empresa". Pelas contas da CT a redução das remunerações equivalem a 3,16 milhões de euros, ou cerca de "4,10% dos lucros totais anunciados".

"Admitindo que a empresa vai entregar ao estado cerca de 28% em sede de IRC, o que dá um valor de 0,88 milhões de euros, significa que a empresa retém uma verba de aproximadamente 2,28 milhões de euros. Do adicional de 1,7%, a que correspondem 0,8 milhões de euros que consideramos descontados a mais nos nossos salários, apenas cerca de 0,22 milhões revertem para os cofres do Estado", lê-se no comunicado da CT.

Diário Económico