Operação Influencer: PGR sugere que advogados dos arguidos passaram informações aos jornais e faz "participação criminal"

Comunicado da PGR sugere que foram os arguidos a passar os resumos das escutas a Costa à revista "Sábado" e anuncia "participação criminal" pelo crime de desobediência

A Procuradora-Geral da República decidiu fazer mais um "esclarecimento" relacionado com a Operação Influencer. Depois de a revista "Sábado" ter publicado os resumos das escutas em que António Costa foi apanhado acidentalmente, o gabinete de Amadeu Guerra nota que "o processo onde foram realizadas as escutas telefónicas está sujeito a segredo de justiça externo, mas não interno".

Por isso, "os arguidos que pretenderam a ele têm acedido por diversas vezes, desde julho de 2024, tendo alguns deles solicitado e obtido cópia digital integral do processo (que inclui os relatórios quinzenais das escutas telefónicas, mas não as próprias gravações das mesmas)". Mais: "Nunca nenhum jornalista teve acesso aos autos no DCIAP."

Depois de sugerir que terá sido alguém ligado à defesa dos arguidos a passar a informação à "Sábado", a PGR frisa que "será feita participação criminal pelo conteúdo hoje noticiado", uma vez que estará em causa um crime de desobediência.

A defesa de António Costa, que não é arguido nem esteve sob escuta, já tinha exigido esclarecimentos ao MP: "Se o objetivo, como terá alegado o Ministério Público, era o de garantir que tais interceções, que nada tinham de relevante para os factos, poderiam vir a ser usadas pela defesa, ficando guardadas no cofre do DCIAP, por que razão elas já são do conhecimento público?"

Fonte: Expresso
Foto: Horacio Villalobos