Cuba: Cerca de dois mil presos libertados, excluídos da amnistia protestam - ativista

Quase 2.000 prisioneiros, de um total de cerca de 3.000, já foram libertados em Cuba desde que o Presidente Raul Castro anunciou, na sexta-feira, o seu indulto, informou hoje um ativista, realçando o protesto de reclusos excluídos do processo.

Segundo Elizardo Sanchez, dirigente da Comissão dos Direitos Humanos cubana, citado pela agência AFP, já saíram da prisão cerca de dois mil prisioneiros, a maioria condenados por delitos menores.

Contudo, ressalvou, o indulto "demasiado limitado" foi recebido com protestos em certas cadeias, "o mais intenso" deles na prisão de Boniato, em Santiago de Cuba, onde "uma dezena de detidos se declarou em greve de fome".

A Comissão dos Direitos Humanos cubana estima entre 70 mil a 80 mil reclusos no país.

Na sexta-feira, o Presidente Raul Castro anunciou, por razões humanitárias, uma amnistia sem precedentes de mais de 2.900 prisioneiros, incluindo 86 estrangeiros, e reafirmou a sua vontade em promover "lentamente" a reforma da lei migratória, aliviando as restrições de viagem impostas aos cubanos há 50 anos.

O perdão presidencial exclui o norte-americano Alan Gross, cuja condenação em março a 15 anos de prisão continua a ser um obstáculo para a melhoria das relações entre Cuba e Estados Unidos.

Lusa