Eleição para o Constitucional abre ‘guerra’ entre PS e maioria

O nome foi consensualizado mas a polémica à volta de Conde Rodrigues e a insistência do PS em manter a candidatura abriu um conflito no Parlamento. Ex-governante arrisca ‘chumbar’ na votação.

Está aberta a ‘guerra' no Parlamento entre maioria e PS por causa de Conde Rodrigues. A insistência dos socialistas em manter o nome do ex-secretário de Estado como candidato a juiz do Tribunal Constitucional foi mal recebida pelas bancadas que apoiam o Governo e está a causar desconforto no PSD e CDS, cujas lideranças deram inicialmente o apoio a Conde Rodrigues.

A eleição do ex-governante e dos outros dois candidatos depende de uma maioria de dois terços, isto é, do acordo entre PS e PSD, mas a lista é única. Fonte da bancada socialista garantiu ontem ao Diário Económico que Conde Rodrigues vai manter a candidatura e lembrou que, se a maioria ‘chumbar' o ex-secretário de Estado, estará a ‘chumbar' os seus candidatos. Um imbróglio que está a causar incómodo na maioria, já que muitos deputados do PSD e CDS se opõem ao nome que o próprio líder do PS indicou, e que abriu numa frente de conflito entre Seguro e o Governo.

Por isso, agora a maioria vai manter a pressão. Fernando Negrão, do PSD, foi o primeiro a fazê-la, desafiando Seguro a desistir do ex-secretário de Estado. Seguiu-se o próprio líder do CDS e ministro dos Negócios Estrangeiros: "A única coisa que posso dizer nessa matéria é que, se o PS pensar melhor, eu não o criticarei por isso", disse este fim-de-semana Paulo Portas. Afirmando mesmo que o TC deve ser constituído por "juízes credíveis e não de partido". O PS não gostou e reagiu de imediato, lembrando a Portas que o "curriculum vitae" do ex-secretário de Estado "recebeu prévia luz verde" da maioria.

Diário Económico