Procuradoria abre nova investigação no processo BPN

A Procuradoria-Geral da República está a investigar um acordo celebrado por José de Oliveira Costa em 2004

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a investigar um acordo celebrado por José de Oliveira Costa em 2004 com o empresário Ricardo Oliveira, ambos arguidos no caso BPN, soube o Diário Económico. Nesse contrato, este último terá conseguido liquidar dívidas contraídas por si e por empresas suas à Sociedade Lusa de Negócios (SLN) através da entrega à SLN de participações em, pelo menos, seis sociedades. São elas a ‘Audel Development Corporation', a ‘Responsabilimo Sociedade Imobiliária', a ‘Gondal - Promoção e Gestão de Empreendimentos Turísticos', a ‘Bali Holdings LLC', a ‘Olivimo, Sociedade Imobiliária' e a Nafud.

No entanto, não parece haver rasto desse acordo celebrado, nem tão pouco de algumas das próprias empresas das quais a SLN terá recebido participações. Gondal, Olivimo e Responsabilimo são empresas de promoção imobiliária, sendo a primeira especializada em empreendimentos turísticos. A Bali Holdings surge na internet como sendo uma empresa sediada em Providence, nos EUA, especialista em imobiliário ou como grupo focado na indústria química. Sobre a Audel não há qualquer registo, nem tão pouco da mencionada Nafud.

Ao que sabe o Diário Económico, estas empresas não consolidam nas contas da Galilei, ex-SLN. Uma delas, a Audel, faz mesmo parte do extenso e obscuro universo de 17 ‘offshores' que terão sido utilizadas por Oliveira Costa para ocultar negócios e perdas do grupo. Cerca de quatro anos depois de Oliveira Costa ter abandonado o grupo e mais de três desde que o BPN foi nacionalizado, ainda não se conseguiu fazer uma radiografia exacta desta teia de sociedades ‘offshore' e de quem são exactamente os detentores de cada uma delas. Nomeadamente do que é imputável à Galilei e do que ficou no BPN e está agora nas mãos do Estado, através de um dos veículos criados para acomodar activos do banco, a Parvalorem.

Diário Económico