Entre os mais pequenos, Portugal é dos mais influentes no Parlamento Europeu (e Paulo Rangel é o português que mais se destaca)

Portugal é um dos países com mais influência no Parlamento Europeu (PE) e quanto se trata de atividades legislativas é o país com melhor desempenho. Nos portugueses com mais peso no hemiciclo sobressaem Paulo Rangel (PSD) e Pedro Silva Pereira (PS), enquanto Isabel Santos (PS) é a mulher da delegação lusa com maior destaque.

Portugal é um dos países com mais influência no Parlamento Europeu (PE) e quanto se trata de atividades legislativas é o país com melhor desempenho. São a terceira delegação com mais influência política, considerando a proporcionalidade no número de deputados, aponta um estudo elaborado pela EU Matrix, uma plataforma de investigação focada na União Europeia (UE). Além da influência, o país também é o segundo com mais legisladores.

Atualmente, existem 21 deputados portugueses no PE, entre os quais há 13 apontados como tendo uma influência considerável. Portugal destaca-se em assuntos relacionados com o mercado interno e as finanças, assim como agricultura e pescas, ambiente, energia, negócios estrangeiros, a defesa e o alargamento, assim como assuntos institucionais e constitucionais da UE. No caso do mercado interno e finanças, existem dois deputados em cada, enquanto nos restantes possui apenas um deputado. Há apenas um domínio político onde Portugal se situa abaixo da média: o comércio.

Cerca de um terço dos deputados portugueses figura no top 100 dos mais influentes no órgão legislativo da União Europeia. Três homens e quatro mulheres: Paulo Rangel (PSD), Pedro Silva Pereira (PS), Pedro Marques (PS), Isabel Santos (PS), Isabel Carvalhais (PS), Maria da Graça Carvalho (PSD) e Marisa Matias (BE). Embora a Alemanha seja o país com mais membros do PE nesta lista (13%), Portugal recebe o sexto lugar com 7%.

PAULO RANGEL É O MAIS INFLUENTE, SARA CERDAS DESTACA-SE ENTRE EURODEPUTADOS MAIS JOVENS
Ao serem avaliados os deputados do PE com menos de 40 anos, a deputada Sara Cerdas, do grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), ao qual pertence o PS, ocupa o 24.º lugar, enquanto a deputada Lídia Pereira, do grupo do Partido Popular Europeu (PPE), ao qual pertence o PSD, se encontra no 32.º entre 40 membros do PE analisados.

Tanto Paulo Rangel como Pedro Silva Pereira se encontram no top 20 dos mais influentes, em 15.º e 18.º lugar, respetivamente. No caso do deputado do PPE, Rangel ocupa também o 6.º lugar em assuntos institucionais e constitucionais da UE e o 19.º lugar relativamente à influência em assuntos de migração. É o deputado português que consta em mais listas de influência.

Apenas 39% da influência do top 100 pertence ao sexo feminino, Isabel Santos, do Partido Socialista, consta em 35.º lugar, sendo a deputada mais influente entre as portuguesas. Já, Isabel Carvalhais, do mesmo grupo parlamentar, é a portuguesa que consta em mais listas de influência. Quando se trata de agricultura e pescas, a deputada do grupo dos Socialistas e Democratas recebe o ouro, enquanto na pasta no ambiente ocupa o 14.º lugar e no top 100 consta no 62.º lugar.

O lugar de mais influente no órgão legislativo da União Europeia é atribuído a Roberta Metsola, presidente do PE e uma das legisladoras principais nos temas de fortalecimento da democracia, liberdade dos media e pluralismo na UE. Segue-se Mandfred Weber, líder do PPE, e Iratxe García Pérez, líder do S&D.

Portugal é dos países de menor dimensão com maior influência sobre as políticas da UE, a par da Malta e Luxemburgo. Enquanto a Hungria, Chipre e Itália são os países com pior desempenho.

Relativamente aos partidos, o PPE, sendo o maior grupo no Parlamento, é o mais influente - é nesta bancada que se sentam o PSD e o CDS-PP. No entanto, quando a análise é feita considerando a proporção de cada grupo, o grupo Renew, constituído pelos vários partidos liberais europeus, possuiu uma maior influência, devido às atividades legislativas e desempenho durante as votações. Por outro lado, o Renew e o S&D, no qual se insere o PS, são os grupos políticos que mais apresentam os membros em posições de liderança.

Com as eleições europeias a menos de três meses, o relatório explica ainda que Portugal deverá manter a forte influência no PE com presença nos grupos PPE e S&D. É indicado ainda que poderá existir representação portuguesa no grupo Renew, o que deverá fortalecer o papel do país na UE. A ascensão do Chega deverá compensar as perdas mais à esquerda no espetro político, contudo ao pertencer ao grupo Identidade e Democracia (ID), que tem sido sujeito a um “cordão sanitário” pelos outros grupos partidários, o partido não deverá exercer uma influência significativa no próximo Parlamento Europeu.

Fonte: Expresso
Foto: Gabor KOVACS - Parlamento Europeu