Acórdão do caso do gangue do multibanco lido hoje

A leitura do acórdão do caso que envolve o denominado 'gangue do multibanco', grupo acusado de associação criminosa para roubo e furto de máquinas ATM, será lido hoje no Campus da Justiça, em Lisboa.

O Ministério Público (MP) pediu, nas alegações finais, penas de prisão efetiva para os 12 arguidos por considerar a prova "abundante, cabal e clara".

Segundo a magistrada do MP, os factos provados são "extremamente graves", pois põem em causa a tranquilidade e a ordem pública, salientando que os acusados recorreram à utilização de armas e da violência.

Por seu lado, os advogados de defesa pediram a absolvição dos clientes por consideraram que a prova produzida pela acusação é "fraca, incoerente, ineficaz e especulativa".

No primeiro julgamento realizado em 2010, que o Tribunal da Relação de Lisboa mandou repetir, o coletivo de juízes decidiu absolver 11 dos 12 arguidos.

O 'gangue do multibanco', no qual Quinito, Marco d'Aires e um ex-operacional das FP25 são três dos principais arguidos, está acusado de associação criminosa para roubo e furto de máquinas ATM, com recurso a veículos de alta cilindrada previamente furtados para o efeito.

Em finais de 2010, o Tribunal da Relação de Lisboa mandou repetir todo o julgamento do 'gangue do multibanco' - acusado de roubar mais de dois milhões de euros em caixas ATM -, por entender que o primeiro julgamento "foi gravemente lesivo dos interesses e expetativas das vítimas e corrosivo para a imagem de uma Justiça que tem vivido um dos seus piores momentos".

De acordo com o acórdão da Relação, o coletivo de juízes que absolveu 11 dos 12 membros do gangue fez um "errado julgamento de parte significativa" das provas levadas a tribunal.

Os juízes desembargadores expressaram "incompreensão e perplexidade" pela decisão tomada em julho de 2010 por um coletivo de juízes das Varas Criminais ante a "evidência e irrefutabilidade de algumas das provas" apresentadas pela acusação feita pelo Departamento de Investigação e Ação Penal.

A leitura do acórdão está agendada para hoje, às 14:00, na 1.ª Vara Criminal do Campus da Justiça, em Lisboa.

Fonte: Jornal i