Tarifa de táxis para cada município? "Não é muito viável"

O presidente da Antral, Florêncio de Almeida, afirma que "há certas zonas que devem ter sistemas de tarifários diferentes". No entanto, sublinha que cada município pedir o seu sistema de tarifário "tem um custo muito elevado".

O presidente da Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral) defende que não devem ser todos os municípios a definir as tarifas de táxi. A medida consta num relatório final do Instituto da Mobilidade dos Transportes (IMT), que prevê mudanças para modernizar o setor e que foi divulgado, esta terça-feira, pelo jornal Público.

Em declarações à TSF, Florêncio de Almeida concorda que haja certas zonas que definam o próprio modelo de tarifário. "Não é muito viável qualquer município pedir o seu sistema de tarifário", começa por explicar, dando o exemplo de "Barrancos, que só tem um táxi".

"Quanto é que custa fazer um sistema de tarifário só para um táxi?", questiona. "É preciso ver que até aqui o programa dos taxímetros era feito a nível nacional" e "tem um custo muito elevado". "Há certas zonas que devem ter sistemas de tarifários diferentes, estamos completamente de acordo."

"Há quatro sistemas de tarifários em Portugal: Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. Se houver diversos sistemas de tarifários, não me choca nada", sublinha.

Florêncio de Almeida lembra a crise que o setor atravessa, depois de uma pandemia e com o impacto da guerra na Ucrânia.

Outra das medidas referidas no relatório é o tempo de vida das viaturas para o serviço de táxi, com o IMT a fixar em dez anos, algo que a Antral não concorda.

A Antral definiu que as viaturas devem ser substituídas depois de 16 anos, "porque o transporte de crianças autoriza também que viaturas consigam circular com 16 anos, não sei porque é que os táxis não podem circular".

Mas há ainda outro problema: a falta de viaturas para entrega. "Eu não vou substituir uma viatura em segunda mão para comprar outra viatura em segunda mão."

Fonte: TSF
Foto: Pedro Velez