Todos os testes são admitidos para aceder a atividades e estabelecimentos

O Governo esclarece que até 2 de janeiro todos os tipos de testes são válidos nas medidas adicionais anunciadas na terça-feira. Para entrar em restaurantes, por exemplo, nos dias 24, 25, 30, 31 de dezembro e 1 de janeiro, bastará um autoteste realizado no local.

Todos os tipos de testes de despiste à covid-19 são admitidos para aceder a atividades ou estabelecimentos até 2 de janeiro, esclareceu, esta quinta-feira, o Governo, no âmbito das medidas adicionais adotadas pelo Executivo e aprovadas na terça-feira em Conselho de Ministros.

O Executivo explica que, para aceder às atividades ou estabelecimentos para os quais passou a ser exigido um teste negativo, são admitidos os comprovativos de teste PCR, com uma antecedência de 72 horas e o de teste rápido de antigénio (TRAg), com uma antecedência de 48 horas. Até ao dia 2 de janeiro, é permitido "o autoteste realizado no local, mediante supervisão"

"Os três tipos de testes referidos serão, pois, admitidos, nos termos das decisões tomadas para o período de contenção de contactos, no acesso a estabelecimentos turísticos ou de alojamento local e a eventos de qualquer natureza (com exceção de celebrações religiosas)", lê-se na nota.

O mesmo acontece nos dias 24, 25, 30, 31 de dezembro e 1 de janeiro, "no acesso a restaurantes e estabelecimentos de jogos de fortuna ou azar ou celebrações autorizadas de Ano Novo".

"Estas alternativas visam diversificar as opções disponíveis ao alcance da população num momento excecional e de elevada procura", refere o Governo.

Portugal ultrapassou a fasquia dos 24 milhões de testes à covid-19
Portugal ultrapassou na segunda-feira a fasquia dos 24 milhões de testes à covid-19 realizados desde o início da pandemia. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), foram feitos no total 24 056 249 milhões de testes de despiste ao SARS-CoV-2. São "aproximadamente" 16 milhões de testes TAAN/PCR e cerca de 8,1 milhões de Testes Rápidos de Antigénio (TRAg) de uso profissional.

O INSA refere, em comunicado, que em apenas sete dias, o país voltou a ultrapassar a marca de 1 milhão de testes, dados que não incluem os autotestes. Só entre 1 e 20 de dezembro, realizaram-se perto de 2,7 milhões de testes de diagnóstico (870 mil TAAN/PCR e 1,8 milhões TRAg de uso profissional), com uma média diária de quase 133 mil testes.

Em dezembro, Portugal tem registado números de testagem diária superiores a 100 mil testes em 15 dos 20 dias contabilizados, sendo que nunca se testou tanto como no dia 17, em que foram realizados 227 284 testes.

Testes gratuitos aumentam de quatro para seis por pessoa
Desde 19 de novembro que os testes rápidos de antigénio efetuados nos laboratórios e farmácias aderentes ao regime excecional de comparticipação voltaram a ser gratuitos. A medida abrange toda a população e foi reforçada, como anunciou na terça-feira o primeiro-ministro.

"Vamos passar de quatro para seis o número de testes gratuitos por pessoa em cada mês", comunicou António Costa na conferência de imprensa após a reunião extraordinária do Conselho de Ministros.

O Governo aprovou na terça-feira um conjunto de medidas para controlar a pandemia de covid-19, tendo em conta a ameaça da nova variante Ómicron, que pode ser responsável por cerca de 90% das infeções no final do ano.

Teste negativo obrigatório no acesso a hotéis, casamentos e batizados
Estas medidas surgem cerca de um mês depois de o Governo ter, em 25 de novembro, aprovado uma estratégia de prevenção e combate à pandemia, que o surgimento recente da Ómicron obrigou a atualizar.

Entre as medidas anunciadas estão a antecipação do período durante o qual o teletrabalho é obrigatório, determinando que este regime vigora a partir das 00:00 do dia 25 de dezembro, e o encerramento de creches e ateliês de tempos livres (ATL), que estava previsto para a "semana de contenção" entre 3 e 9 de janeiro.

O encerramento de discotecas e bares com espaço de dança que o Governo definiu para o território continental na primeira semana de janeiro vai ser também antecipado, entrando em vigor a partir das 00:00 de sábado e prevendo apoios às empresas.

Passa a ser obrigatório um teste negativo para o acesso a hotéis e estabelecimentos de alojamento local a partir das 00:00 de 25 de dezembro, assim como para eventos empresariais e ainda festas familiares, como casamentos ou batizados.

O acesso a eventos desportivos e culturais dependerá também da apresentação de teste negativo ao coronavírus, independentemente do número de espetadores.

Foi também determinado que a lotação dos espaços comerciais vai passar a estar limitada a uma pessoa por cada cinco metros quadrados para evitar ajuntamentos que acontecem na semana a seguir ao Natal para trocas de presentes.

Os ajuntamentos na via pública de mais de 10 pessoas são proibidos na passagem de ano, assim como o consumo de bebidas alcoólicas nestes espaços públicos.

Centenas de restaurantes vão encerrar em protesto no Natal e passagem de ano
Na sequência das novas medidas contra a covid-19 nas semanas do Natal e da passagem de ano muitos restaurantes vão encerrar em protesto.

O presidente da PRO.VAR, Daniel Serra, disse na quarta-feira à Lusa que várias centenas de restaurantes vão encerrar em protesto no Natal e passagem de ano, e insistiu na reversão das medidas anunciadas pelo Governo na terça-feira.

"Estamos neste momento em conversa com muitos empresários e, neste momento, está aqui uma posição com alguma dimensão: muitos restaurantes vão encerrar em protesto", afirmou Daniel Serra, sem adiantar um número exato de restaurantes que pretendem encerrar nas semanas do Natal e da passagem de ano, mas garantindo que "várias centenas" já comunicaram a intenção à associação PRO.VAR - Promover e Inovar a Restauração Nacional.

Segundo o responsável, tendo em conta o número de testes à covid-19 que estão a ser feitos diariamente, cerca de 133 000, e dado que passa a ser obrigatória a apresentação de um teste negativo para frequentar restaurantes nos dias 24, 25, 30 e 31 de dezembro e 1 de janeiro, apenas três em cada 100 portugueses estará em condições de o fazer.

"É um valor quase residual, a maioria dos portugueses não terá condições", apontou o responsável, acrescentando que para muitos empresários, abrir portas naquelas semanas, "é perder dinheiro".

Fonte: Diário de Notícias
Foto: Carlos Alberto / Global Imagens